domingo, 29 de dezembro de 2019

Fim de ano - pensamentos


O fim de ano aproxima-se. E até custa a acreditar que faltam apenas dois dias!!! Como assim??? Ainda ontem estávamos de férias em Agosto, e Janeiro já nos está a bater à porta.
Hoje dei por mim a pensar o que fiz este ano, o que ficou por fazer, os objectivos para o próximo ano, etc etc... gosto de fazer sempre esta retrospectiva no tempo. E sobretudo pensar na forma como o tempo nos molda. Como a vida nos transforma e nos muda. Muda de rumo, de amigos, de objectivos, de tanta coisa que tudo o que se planeia por vezes vai por água abaixo.
Desde que fiquei doente, que os planos para mim cheiram a medo, a escuridão, a ansiedade. Porque nada na minha vida foi planeado. Fui sabendo receber e adaptar-me ao que a vida me trouxe.
Talvez seja esta a melhor forma de viver. Não planear muito. 
Mas por outro lado planear é importante. Traçar objectivos pessoais e profissionais é o que nos faz manter vivos e querer mais, é estarmos activos na vida. 
No entanto, é importante saber viver o dia de hoje. O agora. É de extrema importância saber traçar novos rumos, digamos que sub-planos (se é que me entendem) quando a VIDA nos troca os caminhos.

Sigo a minha caminhada a sonhar... Mas conscientemente preparada para o que vier, seja bom ou seja mau. 
Aprendi que temos que viver um dia de cada vez, e esforçarmo-nos ao máximo para ultrapassar todas as adversidades que nos são colocadas.
O importante, como se costuma dizer, é ter saúde. Porque a falta dela, e isso digo com a maior certeza, traz muitos problemas. 
Se já tivermos saúde, o resto?? O resto vem por acréscimo!!

terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Menino Jesus vs Pai Natal


Esta semana, a minha filha de 4 anos, diz-me:
- mãe, tu dizes que é ao menino Jesus que tenho que pedir as prendas, mas eu na escola fiz uma carta ao pai Natal! Quem traz os presentes? 

Pois é, que verdade! Para ela contraditória. 

Alimentamos o pai Natal, a ideia fantasiosa de um velhinho de barbas brancas que vive no polo de norte e que se desloca de trenó conduzido pelas suas renas. Trata-se de uma figura querida do nosso imaginário, fruto de uma publicidade que durante estes anos tem feito as delícias dos miúdos e graúdos.
Até aqui tudo bem! 
Mas o que realmente tem acontecido??? Será mesmo só isso??? Será mesmo só essa magia???

Não... infelizmente não... contra mim falo até porque me aproveito dessa figura do pai Natal. "Se te portares mal o pai Natal não te traz as prendas", "olha que o Pai Natal está a ver!", expressões estas que andam na minha boca desde o início desta época natalícia.
Com isto, o verdadeiro espírito do Natal termina.
E qual é o verdadeiro espírito??

Dei por mim a pensar no consumismo exacerbado desta altura. Da azáfama, da correria, das filas nas lojas...
E dei por mim a pensar no Natal quando eu era pequenina. Recordo -me do meu avô ir buscar o Pinheiro ao monte, de irmos buscar musgo e juntos construir um presépio. Com pedrinhas construímos os obstáculos da caminhada dos pastores e reis magos. Colocavamos as luzinhas e a cabana. "Mas o menino Jesus não pode estar porque ainda não nasceu", dizia-me a minha avó. E vivia aquela quadra, com a esperança do que o menino Jesus ia trazer.
Na noite de Natal, deixava o sapatinho, e de manhã bem cedo corria até ao local para me deliciar com a oferenda... 
"Só podes pedir uma prendinha, porque o menino Jesus é pobrezinho!"
E assim foram criadas as minhas raízes. Obviamente que também havia o pai Natal, mas era saudável a relação que tinha com o menino Jesus. O pai Natal era só um intermediário aos pedidos do menino Jesus.
Era tão diferente, tão mágico, tão fantástico!

Só espero que a minha filha viva o mesmo e que não se estrague no meio deste mimo e consumismo.
E explico-lhe o verdadeiro sentido do Natal (ou tento) e conto-lhe a história do menino que nasceu, há 2019 anos, numa manjedoura sem nada. Quanto ao pai Natal??? Digo-lhe que é um senhor muito simpático com as crianças que ajuda o menino Jesus. 
- Mãe porque o menino Jesus dá presentes??? 
Porque o melhor presente é a vida, é a luz, é dar-se, é família, é estar presente, é amor... E é sobre o amor que esse menino nos veio ensinar!!!

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Cortisona: uma relação de amor/ódio!


Sonhei com o desmame. Ansiei pela chegada do dia. Aguardei com muita paciência a chegada da altura que me veria livre da cortisona.
Eis que é chegado a altura e as coisas não correm bem. Pelo menos não correm como eu esperaria .
Tanto tempo à espera para isto??

Tonturas e tremores marcaram estes últimos dois dias. Sintomas estes que me assustaram. Que me atiraram para o sofá. Que me atiraram para um fundo de onde eu já saí. 
Trouxeram o medo!
O que é isto? O que está a acontecer comigo??? Eu não consigo fazer nada...
Fui obrigada a cancelar o meu trabalho. 
Fui obrigada a respirar fundo e a procurar ajuda. 
"Calma! Calma que é normal!"

Normal?? Mas o normal é isto???

Esta relação de amor ódio que sempre tive com o corticoide ainda veio mais se acentuar. Se por um lado gostaria de me ver livre dela, por outro o meu corpo ressacava pela falta dela. 
Este desmame terá que ficar para outra altura. Uma altura em que possa descansar, parar, acalmar.
Não é agora. Afinal não é quando se quer. É quando se pode.

No meio disto tudo, só me veio trazer mais medos. Mais insegurança. Mais dúvidas.
O que vai ser de mim depois da cortisona?? Serei capaz de aguentar "sozinha" as dores sem a sua ajuda???