domingo, 8 de julho de 2018

LÚPUS- O caminho até à descoberta! Parte II

E agora??? 

TROMBOSE VENOSA PROFUNDA, o que é isto??? "Vai ficar internada por tempo indeterminado" disseram-me... E, eu não percebi nada!!!!

O meu marido foi-se embora e eu senti-me completamente abandonada, mas completamente à nora e ansiosa por pegar no telemóvel para pesquisar na Internet (o que não se deve fazer mas todos fazem) o que significava ter uma TVP. Nesse mesmo instante, um enfermeiro muito simpático dirigiu-se a mim e acalmou-me: "vai correr tudo bem, descanse!"
Não dormi... mas não chorei... Estava em choque! Não sabia o que pensar. Só pensava na minha filha, tão pequenina e eu assim sem poder fazer nada. E o meu trabalho?? Como vai ser?? 
No dia seguinte fui submetida  vários exames. Chorei. Aí chorei muito em frente a uma médica, super querida. Nem me lembro do rosto nem do nome dela. Estava em pânico e nem sabia bem o porquê, mas aquela situação deixou-me transtornada! (Não era de esperar outra coisa)
Entretanto, já mais calma, ainda nas urgências (sala de obs) deram-me alta! Aí pensei: "Estão loucos?!, então vou ficar internada, dizem que é grave e já tenho alta?!". Mas lá guardei os pensamentos para mim. Ouvi o que o médico me explicava que tinha a fazer nos próximos dias. Comecei a fazer o controlo de sangue. Tinha que "espetar" uma seringa todos os dias na minha barriga. Não consegui. Brincaram comigo por ser uma simples tarefa mas eu não consegui. O meu marido ria-se mas foi ele que tratou desse assunto.

Vim embora... meia aparvalhada... Custava-me muito andar... tinha algumas dores mas comparando com a dor dos últimos dias não era nada. Olhei para a minha pequenina e ainda bem que era tão pequenina. Não se apercebia o que acontecia à volta dela.

 Que SAUDADES eu tinha dela!!

 Só passei uma noite em casa. No dia seguinte estava com as mesmas dores e com a perna direita tão inchada. Fui novamente para o hospital e desta vez, sem margens para dúvidas, internaram-me!
3 de MARÇO DE 2016! A Ana Rita fazia 3 meses! E eu tive que ficar num hospital longe dela... uma dor tão grande. Até me esquecia das dores físicas e das limitações que tinha. Foi muito difícil! A dor era muito maior, uma tortura! 
Uma semana longe dela, uma semana longe de tudo e de todos... Sentia o carinho das pessoas. Mas a tristeza era ENORME!

Até que chega o dia da ALTA!
O médico indica-me que tinha que encarar aquela situação como um intervalo na minha vida. É fácil falar...

AÍ COMEÇOU A MINHA NOVA VIDA! Tinha uma perna mais inchada 4 cm. As meias de compressão faziam parte do meu guarda roupa (ainda fazem e farão para toda a vida), as sapatilhas passaram a ser o meu calçado favorito (que sorte estarem super na moda) e as calças de ganga que eu tanto gostava ficaram encostadas para talvez um dia as vestir. E... um mês depois, apesar das limitações, voltei à minha rotina. Tinha marido e uma filha de 3 meses para cuidar. Muitas clientes para atender. Muitas contas para pagar.
Pensava que o intervalo já tinha acabado e que em breve voltaria tudo ao normal!

Mas NÃO...

5 comentários:

  1. Historia inspiradora, de uma verdadeira guerreira!

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  2. Infelizmente, passou por aquilo que eu chamo de "diagnóstico da incerteza" que consiste em ser escolhida pelo médico uma doença para justificar o diagnóstico não sabendo ele qual é a verdadeira doença do paciente.Aguardo a forma como chegou ao diagnóstico do lupus.

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    1. O lúpus é uma doença muito difícil de diagnosticar... e foi difícil e demorado o resultado do diagnóstico!

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